Mudanças Climáticas em Salesópolis
Uma síntese do debate dentro da Central da COP em Salesópolis:
percepções, diagnósticos e propostas
Uma síntese do debate dentro da Central da COP em Salesópolis:
percepções, diagnósticos e propostas
Salesópolis, dia 17 de Dezembro de 2025
Nos últimos dias, muita gente em Salesópolis tem dormido no escuro, perdido alimentos na geladeira, ficado sem água e sem sinal de celular. Em muitos casos, sem qualquer previsão de quando a energia vai voltar. Essas cenas, infelizmente, têm se tornado cada vez mais comuns em nosso território. Além da passagem do ciclone neste ano, que deixou bairros inteiros até sete dias sem energia elétrica, seguidas de fortes chuvas que afetaram diversos bairros da zona rural da cidade, desabrigando pessoas e alagando diversas residências, ainda está viva na memória da população a sequência das chuvas torrenciais do início do ano passado: ruas alagadas, árvores caídas, famílias desalojadas. Para quem viveu isso na pele, a mudança climática deixa de ser um assunto distante ou técnico: ela entra dentro de casa, atrapalha o trabalho, a escola, o cuidado com crianças e idosos, e escancara como nossa cidade ainda está vulnerável diante de eventos extremos que estão se tornando cada vez mais comuns. Precisamos parar de lidar com esses eventos de maneira reativa, só dando atenção para eles quando o pior já aconteceu. Foi a partir dessa realidade, vivida por quem mora aqui, que surgiu a necessidade de abrir espaços de conversa, escuta e construção coletiva sobre o clima e o futuro de Salesópolis.
Este texto sintetiza os debates realizados na Estação Central da COP em Salesópolis e reúne percepções, diagnósticos e propostas construídas coletivamente.
Nos dias 26 de outubro e 20 de Novembro, o Coletivo Colina, em conjunto com o Observatório do Clima, realizou encontros públicos com moradores de diferentes bairros de Salesópolis, da zona urbana às regiões rurais. Os encontros reuniram pessoas de diferentes idades, trajetórias e experiências: trabalhadores, jovens, agricultores, educadores, profissionais da área ambiental, pessoas ligadas ao turismo, à pesquisa, à política e à gestão pública, além de moradores curiosos e interessados no tema. Esses encontros, pensados como espaços de construção coletiva, e as respostas coletadas por um questionário aberto (que se encontra aberto ao fim dessa página), formaram um retrato claro: Salesópolis já vive, hoje, os efeitos das mudanças climáticas e precisa se preparar para um futuro cada vez mais desafiador.
A percepção de quem vive na cidade é clara: o clima mudou, e mudou rapidamente. As temperaturas estão mais altas, as chuvas se tornaram irregulares e, quando caem, são tão intensas que derrubam árvores e a rede elétrica, fazem rios transbordar e provocam alagamentos, ao mesmo tempo que convivemos com o triste cenário de seca prolongada de nossas represas e o racionamento diário de água. As pessoas relatam o impacto no corpo, na rotina e no bolso: as mudanças climáticas vão desde aumento no custo da energia e do carrinho do mercado, do uso de ar condicionado, perda de alimentos, instabilidade agrícola e maior vulnerabilidade das famílias de baixa renda. A mudança climática deixou de ser tema distante e entrou definitivamente na vida cotidiana.
"Nós temos observado, e eu, de uma forma empírica, um aumento na intensidade das chuvas, mas ao mesmo tempo uma diminuição no número de dias de ocorrência de chuvas e tempestades, etc. Mas quando ocorrem as tempestades, elas vêm de uma forma muito intensa, muito mais intensa que antigamente. E nós tivemos no ano passado aqui, por exemplo, uma tempestade muito forte que abrangeu uma área relativamente reduzida e causou danos, inclusive, com desmoronamento, danos sérios, tanto para a população quanto para a área urbana."
José Boani
Engenheiro Eletricista
Trabalha no Radar Metereológico de Salesópolis desde dezembro de 1987
O ciclo da natureza já não segue o ritmo que conhecíamos. As estações do ano se confundem, as plantações não produzem como antes, pássaros deixam de aparecer nas mesmas épocas e muitos animais mudam seu comportamento. Na mata, espécies passam a florescer fora de época, a frutificação se torna irregular, sementes perdem viabilidade e ciclos inteiros são comprometidos pelo calor excessivo e pelas chuvas desreguladas. O que estamos vivendo é um alerta claro: proteger o clima significa proteger a base da diversidade que sustenta a Mata Atlântica e, junto com ela, a própria vida em nosso território.
Salesópolis é um dos municípios com maior proporção de Área de Proteção de Mananciais no estado. Cerca de 98,46% do território é Área de Proteção e Recuperação de Mananciais (incluindo a nascente do Rio Tietê e grandes trechos de Mata Atlântica protegidos pelo Parque Estadual da Serra do Mar) o que confere uma responsabilidade ambiental ímpar na proteção de fontes que abastecem milhões de pessoas e reforça a responsabilidade ambiental do município mas impõe severos limites econômicos, tornando ainda mais urgente a construção de políticas públicas locais que conciliem preservação, justiça econômica e permanência das pessoas no território.
Recentemente, o prefeito Rodolfo Marcondes esteve presente no encontro nacional da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) realizado durante o C40, reunindo reivindicações das cidades pela compensação financeira a municípios produtores de água e pela implementação de soluções urbanas sustentáveis. Esse movimento é extremamente relevante para o fortalecimento de Salesópolis, pois reconhece nossa função ambiental e nossas fragilidades econômicas.
"No campo da mitigação, a FNP se posiciona como porta-voz do Objetivo 12 da Agenda de Ação da Presidência da COP 30. Propomos a criação de um portfólio nacional de soluções urbanas sustentáveis voltado à infraestrutura carbono neutro, à mobilidade de baixo carbono, à gestão circular de resíduos e ao planejamento do uso e ocupação do solo. Defende-se a modernização dos códigos de obras com a adição de critérios climáticos e a valorização do resíduo como recurso econômico e social. A FNP defende ainda a implementação de mecanismos de mercado de carbono em nível municipal, associados à conservação ambiental; a arborização urbana e à restauração florestal, bem como a implementação de mecanismos de compensação para municípios que prestam serviços ambientais, especialmente relacionados à produção de água. [...]
Fonte: Instagram/Rodolfo Marcondes
As diretrizes apresentadas dialogam diretamente com demandas que emergiram nos encontros locais. Ao longo das discussões, a compensação financeira pela água apareceu com frequência como um objetivo central, revelando uma expectativa legítima da população. Essa, porém, é uma pauta complexa, que depende de diversas instâncias do Estado e que se arrasta há muitos anos, como os próprios encontros ajudaram a esclarecer. O debate que queremos construir aqui, portanto, concentra-se naquilo que Salesópolis pode fazer hoje e agora, especialmente no que diz respeito ao planejamento urbano, à legislação local, à fiscalização e à educação ambiental, bem como à organização da resposta a emergências climáticas, sem depender exclusivamente de Brasília ou do Governo do Estado.
Não dá mais para aceitar que a cidade só se mova depois da tragédia. Gabinetes de crise, campanhas de arrecadação de alimentos, roupas e móveis, mutirões solidários e redes de apoio são fundamentais. Mas eles não podem continuar sendo a única resposta. A cada ano, os eventos extremos se repetem com mais força, mais prejuízo e mais sofrimento. Isso não é surpresa, é aviso. Continuar agindo apenas de forma reativa é empurrar o problema para as costas de quem menos pode pagar a conta. Precisamos falar de prevenção agora: planejamento, investimento, preparo e responsabilidade. Mapear riscos, fortalecer a Defesa Civil, garantir infraestrutura, informar a população e agir antes que a enchente, o apagão ou a falta d’água cheguem. Porque eles vão chegar. A escolha que temos hoje é entre antecipar soluções ou repetir tragédias.
As pessoas expressaram sentimentos de ansiedade climática, medo do futuro e frustração com a falta de preparação da cidade. Relatos sobre enchentes, queimadas, desaparecimento de espécies e riscos à saúde revelam um território vulnerável. Ao mesmo tempo, o grupo refletiu com ceticismo sobre o cenário global: muitos reconheceram a importância da COP30 e de debates internacionais, mas com forte percepção de que esses espaços têm falhado repetidamente em frear o colapso climático. A sensação predominante é de que a humanidade dificilmente cumprirá a meta de limitar o aquecimento global e que, diante dessa falha, Salesópolis não pode esperar soluções externas. Reconhecemos a importância dos fóruns internacionais, mas as propostas aqui apresentadas partem das falas, percepções e experiências concretas de moradores, técnicos e trabalhadores que vivem diariamente os impactos climáticos no território. Precisamos agir aqui.
Apesar da preocupação ambiental imediata, surgiram reflexões sobre o futuro econômico de Salesópolis. Muitos participantes comentaram a falta de empregos locais e a dificuldade dos jovens em permanecer na cidade. A discussão sobre clima conectou-se diretamente às possibilidades de geração de renda, e um entendimento ganhou força: políticas ambientais sérias, além de aumentar a arrecadação do município, podem criar trabalho, fortalecer a economia e abrir caminhos para novas vocações do território.
Falou-se, com entusiasmo e seriedade, de iniciativas de turismo de base comunitária, que valorizam o patrimônio natural e cultural; de turismo regenerativo, que se preocupa em restaurar e proteger os ecossistemas; e de turismo ecopedagógico, que promove conscientização, respeito à natureza e processos de aprendizagem sustentável. O debate não se limitou ao turismo: destacou-se o potencial dos sistemas agroflorestais como alternativa à monocultura e o papel de Salesópolis em uma região com enorme capacidade de influenciar positivamente a transição socioambiental do território. Estudos sobre agricultores familiares na bacia do Alto Tietê indicam que a variabilidade climática tem impacto direto na produção agrícola e na renda das famílias, reforçando a necessidade de políticas de adaptação e segurança alimentar também no entorno de Salesópolis.
Muitas vezes a preservação (e até mesmo os passarinhos) é vista como inimiga do município, muito em função de como as informações chegam à população. A ausência de debates claros, de educação ambiental continuada e de informações acessíveis acaba alimentando conflitos, insegurança jurídica e resistência à própria preservação. É importante esclarecer aos moradores a realidade local, sem criar medo ou reforçar percepções equivocadas. Ainda hoje, muitos não compreendem plenamente o que significa viver em área de preservação e quais são, de fato, suas restrições, assim como desconhecem compensações ambientais e mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que podem gerar novas oportunidades econômicas. Podemos fortalecer tanto a preservação quanto a produção por meio do uso mais racional e sustentável das propriedades, promovendo práticas de diversificação produtiva e manejo ecológico em contraponto ao modelo predominante. A população não precisa ver a conservação como barreira ao desenvolvimento. Ao contrário, os debates mostraram que preservar pode ser a base para um novo modelo de desenvolvimento, alinhado à realidade climática, econômica e cultural de Salesópolis.
Falou-se do papel essencial da economia solidária, incluindo cooperativas como a dos recicladores de Salesópolis, que unem geração de renda, responsabilidade ambiental e inclusão social. Além disso, foi ressaltado que fortalecer a cooperativa não apenas melhora a gestão dos resíduos sólidos, mas também amplia as oportunidades econômicas locais e fortalece a cadeia produtiva da reciclagem como parte da adaptação climática do município.
Os participantes manifestaram forte preocupação com a infraestrutura essencial do município, marcada por quedas constantes de energia, redes frágeis e falhas recorrentes no abastecimento de água. A partir dessas percepções, surgiu uma cobrança direta e inevitável: quem vai pagar essa conta? Em Salesópolis, bairros inteiros têm ficado dias sem energia elétrica após temporais, famílias perdem alimentos, ficam sem água e sem comunicação, equipamentos danificados, e a população arca sozinha com os prejuízos. A distribuição de energia é responsabilidade da EDP Bandeirante, concessionária cuja concessão se aproxima do período de renovação, em 2028. Ainda assim, a fragilidade da rede elétrica mesmo em períodos normais possui queda constante de energia e é apontada como uma das principais causas de apagões prolongados e até de incêndios recorrentes no município. No caso da água, somam-se racionamentos frequentes, desperdício de grandes volumes de água tratada pela própria Sabesp e a ausência de informações claras e transparentes sobre a qualidade da água, como determina a lei. Essas falhas estruturais, em um contexto de mudanças climáticas aceleradas, passam a colocar a população de Salesópolis em situação permanente de risco.
É urgente, também, enfrentar fatores estruturais que agravam os apagões, como o plantio de eucalipto e de árvores de grande porte em faixas próximas à rede elétrica, prática que aumenta riscos de quedas, incêndios e interrupções prolongadas. Um projeto de lei com essa proposta foi apresentado e retirado de pauta pela vereadora Débora Borges ainda em 2025.
Essas percepções não são relatos isolados, mas fundamentos para as propostas a seguir, construídas coletivamente e ancoradas nas experiências concretas das pessoas que vivem e trabalham em Salesópolis hoje.
Essa conta não pode continuar recaindo apenas sobre quem mora aqui. É preciso transformar indignação em pressão política organizada. A população de Salesópolis precisa cobrar publicamente não somente prefeito e vereadores, como também governador e deputados, acompanhar o processo de renovação da concessão da EDP e se fazer presente em audiências públicas e espaços de decisão. Não basta reconhecer responsabilidades formais das empresas em reuniões protocolares. É necessário expor falhas, exigir prazos, investimentos e compromissos claros.
Além de cobranças às concessionárias e de recursos financeiros em âmbitos superiores, tornou-se consenso que a cidade deve se preparar para eventos extremos que já fazem parte da nossa realidade e que existem medidas de mitigação importantes a serem tomadas pelo próprio município. Os moradores defendem a definição de protocolos de ação para enchentes e outros eventos climáticos, incluindo planos de emergência e contingência (uma vez que isso também é uma solicitação do Ministério Público), planos municipais de redução de riscos, uma brigada de incêndio disponível e comunicação clara com a população não apenas durante os momentos de risco, mas também de forma preventiva, antes que os eventos ocorram.
Os Planos de Contigência fazem parte da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, instituída pela Lei 12.608/12. De acordo com essa política, é de competência dos municípios elaborarem Planos de Contingência e, com base nesses documentos, realizar periodicamente exercícios simulados e revisões em relação a desastres como incêndios, inundações, deslizamentos e solapamentos às margens de córregos.
Não há como exigir que a Defesa Civil proteja vidas sem dar a ela as condições mínimas para agir. Uma Defesa Civil efetiva precisa de equipe capacitada, equipamentos adequados, veículos, sistemas de monitoramento, comunicação eficiente, planos atualizados e presença permanente no território. Nada disso se constrói com orçamento simbólico ou improviso. Com os recursos atualmente destinados, é impossível manter uma estrutura preparada para enfrentar eventos extremos cada vez mais frequentes. O resultado é previsível: resposta tardia, ações limitadas e sofrimento repetido para a população
Não existe enfrentamento real da crise climática sem obra pública planejada. Drenagem urbana, manutenção e ampliação de galerias pluviais, desassoreamento de córregos, contenção de encostas, recuperação de margens, manejo adequado das águas da chuva e investimentos em infraestrutura resiliente não são luxo nem gasto supérfluo: são medidas básicas de proteção da população. Cada rua que alaga, cada casa que perde móveis, cada bairro que fica isolado após uma chuva forte revela anos de ausência de planejamento e de investimentos estruturais. Obras preventivas custam menos do que reconstruir cidades após desastres e salvam vidas.
Foram feitas diversas falas sobre a ausência de fiscalização ambiental no município. Moradores relataram desmatamentos irregulares, queimadas, construções em áreas sensíveis e uso inadequado de recursos naturais, destacando que não há fiscalização adequada o suficiente dentro do município. Em conjunto com a falta de fiscalização, foi levantado nos encontros a urgência de criar o licenciamento ambiental local, lembrando que essa é uma promessa de campanha do prefeito eleito. Muitos produtores rurais relataram que, ao tentar regularizar suas propriedades, acabam tratados como infratores, enfrentando burocracias pesadas e processos excessivamente demorados da CETESB, que desestimulam a legalização e empurram ainda mais pessoas para a informalidade. A população entende que um sistema municipal de licenciamento, transparente, acessível e orientador é fundamental para dar segurança jurídica aos produtores, estimular boas práticas e acabar com o ciclo perverso em que o excesso de burocracia que por fim gera mais irregularidade.
Outro ponto que gerou consenso foi a necessidade de atualizar a legislação municipal. Moradores e especialistas destacaram que Salesópolis ainda depende de uma legislação de uso e ocupação do solo defasada e que não incorpora o entendimento ambiental e climático atual. A falta de marcos legais atualizados impede o planejamento territorial, prejudica a regularização de moradias, enfraquece a agricultura e torna a cidade refém de improvisos. A própria carta referenciada assinada recentemente pelo prefeito afirma que “defende-se a modernização dos códigos de obras com a adição de critérios climáticos e a valorização do resíduo como recurso econômico e social”. O Código de Obras de Salesópolis data de 1970. O que pedimos, como comunidade, é que essa diretriz saia do papel e se torne ação concreta e imediata. As discussões sobre a modernização do marco legal precisam avançar agora, não em um futuro indeterminado.
Outro elemento essencial que surgiu deste processo é a compreensão de que a população quer e precisa participar das decisões, como muito bem disse o munícipe Jeferson Pires Tavares em discurso na Tribuna Livre da Câmara dos Vereadores de Salesópolis (conforme vídeo abaixo). As pessoas desejam colaborar com ideias, acompanhar políticas públicas e construir soluções junto ao poder público, especialmente porque nossa cidade carece de corpo técnico suficiente para conduzir todas as questões sozinha. Para isso, é fundamental que as reuniões de conselhos municipais e audiências públicas ocorram em horários acessíveis, permitindo a presença de trabalhadores, jovens, agricultores e moradores da zona rural. Uma democracia local plena depende de participação real, e participação só existe quando o acesso é garantido.
Uma das promessas feitas pelo prefeito eleito, Rodolfo Marcondes, a "criação do Departamento de Participação Popular, com foco na implantação do Orçamento Participativo", é uma excelente oportunidade para dar voz direta aos moradores na definição das prioridades do município, não somente em questões ambientais mas como como infraestrutura, educação e saúde. No entanto, nesse primeiro ano de gestão, não houve movimentação significativa para implementar esse mecanismo de participação cidadã. O orçamento participativo não pode ser tratado como promessa vazia, é uma ferramenta poderosa para a democratização do processo de gestão pública.
Fala do munícipe Jeferson Pires Tavares em 08/12/25 na Câmara dos Vereadores de Salesópolis sobre participação popular.
A Estação Central da COP em Salesópolis discutiu muito mais sobre as questões e problemas locais do que qualquer negociação de grandes potências que estão distantes da nossa realidade e mostrou que a preocupação com o clima é real e está em nosso cotidiano, mas também que existe esperança ativa e vontade de agir. A cidade tem pessoas que acreditam muito mais no futuro de Salesópolis do que no futuro da própria Terra. Esta carta expressa as vozes de quem responde a um chamado coletivo: transformar preocupação em ação concreta no território.
Pedimos que nossos representantes recebam esta carta aberta tanto como uma colaboração para elaboração de políticas públicas como um chamado à responsabilidade e ao compromisso. Este texto não nasce de disputa eleitoral, mas de proteger o nosso território, garantir dignidade às pessoas e preparar Salesópolis para o que já está acontecendo e para o que ainda vai acontecer. O clima está mudando, e nós precisamos mudar junto com planejamento, participação e justiça.
Assinam, coletivamente:
Participantes da Estação Central da COP – Salesópolis
Moradores e moradoras que acreditam no futuro da cidade
Coletivo Colina